Luxação atlanto-occipital


LUXAÇÃO ATLANTO-OCCIPITAL

A incidência e a prevalência da luxação atlanto-occipital são desconhecidas devido às vítimas fatais com esse tipo de lesão. Estudos realizados durante autópsias indicam que a frequência de luxação atlanto-occipital pode ser relativamente alta. A maioria dos casos relatados de pacientes que sofreram luxação atlanto-occipital ocorreu nas últimas décadas e o aumento da sobrevida, provavelmente, é consequência da melhor qualidade do atendimento de urgência e melhora no diagnóstico dessas 

Mecanismo de lesão

Permanece controverso. Autores acreditam que a hiperextensão, causando a ruptura da membrana tectória, seja a causa principal, enquanto outros consideram que o componente de flexão lateral também seja necessário. A flexão occipitocervical é limitada pelo contacto do processo odontóide com a porção anterior do forame magno, a hiperextensão limitada pela membrana tectória e a flexão lateral pelos ligamentos alares. A secção dos ligamentos alares e da membrana tectória permite o deslocamento anterior do crânio com relação à coluna vertebral. É necessária a ruptura completa de todas as estruturas ligamentares entre o occipício e o complexo atlanto-axial para que ocorra a LTAO. Os ligamentos alares estão mais distendidos e, consequentemente, mais vulneráveis à lesão, quando a cabeça está rodada e, adicionalmente, flectida.

Manifestações clínicas
Depende do nível e gravidade da lesão. Pode variar desde a paragem cardio-respiratória com quadriplegia a exame neurológico normal; algumas vezes, o paciente apresenta somente desconforto e rigidez cervical.

Avaliação neurológica
Paciente com lesão da coluna cervical alta é, muitas vezes, difícil, devido à presença de traumatismo crânio-encefálico associado;
A origem do deficit neurológico pode permanecer indefinida na avaliação inicial. Vários quadros neurológicos têm sido relatados e o mais frequente é o deficit neurológico completo. As lesões medulares ocorrem devido ao trauma directo ou secundárias a hematoma extradural e se manifestam como hemiparesias, quadriparesias ou paresia bilateral dos membros superiores. O mecanismo de tracção axial, sofrida pela medula e nervos cranianos como consequência da separação entre os côndilos occipitais e o atlas, seria o responsável pela presença de lesões dos nervos cranianos, principalmente paralisia do sexto, nono e 12º pares, frequente nos pacientes com luxação atlanto-occipital. Foram relatadas lesões secundárias das artérias vertebrais, incluindo compressão, lesão da íntima ou trombose. A lesão é instável e pode ocorrer piora do quadro neurológico quando o diagnóstico não é realizado na fase aguda.


Diagnóstico de luxação traumática atlanto-occipital (LTAO)
·         Meio radiológicos simples apresentam baixa sensibilidade e especificidade. É necessária técnica adequada para a realização do exame, assim como posicionamento em perfil verdadeiro, para a identificação confiável das estruturas ósseas utilizadas na avaliação.
·         Tomografia computadorizada - a qual fornece melhor visualização da articulação. Pode mostrar também avulsões ligamentares, mas é mais útil para diagnosticar a presença de hematomas associados, lesões de tecidos moles e a integridade dos elementos neurais, tendo sido esse feito confirmado em nossa paciente.

Tipo I
Envolve o deslocamento anterior do occipício com relação ao atlas;

Tipo II
É uma distração longitudinal com separação do occipício e do atlas;

Tipo III
Apresenta deslocamento posterior do occipício sobre o atlas.


Tratamento
Na fase aguda tem como principal objetivo a manutenção das funções vitais e a imobilização da coluna vertebral. A redução e o realinhamento da luxação podem causar lesões acidentais e devem ser cuidadosamente realizadas e sob exame radiológico ou fluoroscópico. Apesar de toda controvérsia envolvendo a utilização da tração esquelética cervical como meio de redução da lesão. A utilização de tração axial com leve peso para o realinhamento das luxações tem sido preconizada. No entanto, a distração progressiva do occipício e do atlas tem sido relatada com esta manobra. A lesão é predominantemente ligamentar e o tratamento conservador não restabelece a estabilidade necessária para a função fisiológica.
O tratamento cirúrgico da LTAO reflete a influência do desenvolvimento das fixações vertebrais. De início, a artrodese era realizada com enxerto ósseo e fixação com fios metálicos, havendo necessidade da estabilização por meio de halo craniano durante várias semanas no pós-operatório, até a consolidação da artrodese. Atualmente, a utilização de sistemas mais rígidos de fixação do occipício às vértebras cervicais permite a mobilização e reabilitação precoce dos pacientes sem necessidade de imobilização externa como o halo gesso.

Tratamento osteopático
Em osteopatia é imperativo obter resultados conclusivos de testes como o teste de Klein para verificar se existe um compromisso da artéria, é contra indicado a manipulação se o teste for positivo e se existir rutura de algum ligamento. No entanto pode-se fazer trabalho articular de maneira a corrigir a luxação atlas-occipital e trabalhar a musculatura hipertónica. Se o teste for negativo pode-se, com cuidado, corrigir a articulação.


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